mais do meu livro

                            

SE FOSSE SEMPRE ASSIM......
Trechos da primeira parte do meu livro:


Primeira parte

Relatos verídicos

Começamos os nossos primeiros relatos com a história de Denise, uma carioca de 30 anos que passou por um constrangimento somente por acreditar em uma ilusão.

E começa assim...

Denise diz:

“Ontem, a Cláudia ligou me convidando para jantar com um amigo de seu amigo. Fomos a um restaurante comum, mas de bom gosto. Ela estava vestida lindamente com sua mini-saia justa, meias de rede e umas botas de cano alto.
Cláudia chama muito a atenção, pois é uma mulata bonita, com os seus cabelos longos e louros. É falso, mas é dela. Está pago!(Como ela diz). Achei muita graça quando me disse isto.
Olhei pela janela e vi o Porche vermelho, parado à minha porta (sempre fazem isso para impressionar, vem nos buscar com o melhor carro. Às vezes até emprestado, mas a primeira vista, impressiona...).
Logo, você pensa; esse homem tem grana, talvez possa me ajudar. Na maioria das vezes quebramos a cara. Só querem nos levar para a cama, e quando conseguem, desaparecem.
O jantar foi agradável. Eu e a Cláudia tomamos uma garrafa de Casal Garcia (um vinho verde que eu adoro) e o “tal homem”, tomou uma cerveja sem álcool.
O amigo da Claudia ligou dizendo que não podia vir. Ela ficou chateada e resolve ir tomar um drink conosco e não foi trabalhar.
Bebemos, dançamos e o homem não parava de dar em cima de mim prometendo mil coisas...”
Porto, 11-10-2002

O tal cara do jantar me ligou várias vezes. Só hoje, acho que já foram umas oito chamadas. Agora vai ficar pegando no meu pé até me levar para cama...
A Claudia também já me ligou para outro jantar, mas desta vez o tal amigo dela vai junto. Já até sei, a noite longa que me espera...
O amigo da Cláudia é bastante simpático; olhos azuis, cabelos grisalhos, mas bem atraente.
Acabamos o jantar e eles se foram. Ela tem que trabalhar e eu, mas uma vez, não vou. Ainda estou muito deprimida e não consigo aturar ninguém hoje.
O homem do jantar me levou a beira-mar em Leça da Palmeira. Um lugar lindo demais para estar com quem não se suporta...
Eu comecei a chorar. Mesmo assim ele tentou me beijar. Fiquei pior do que já estava. Ali, naquele lugar maravilhoso, com alguém que me fazia sentir nojo, quase dei um ataque de pavor. Olhei em sua cara e fiz uma pergunta direta e objetiva:
- Você quer me levar para cama?
Ele me fez uma pergunta, mas que idiota:
- Você também quer?

Estava mais que óbvio que, o que eu queria naquele momento, era desaparecer daquele lugar! Ele ajeitou o banco de traz, e começou a me amassar. Eu, desesperadamente agoniada, abri o vidro do carro para não sufocar de vez e lhe disse:
- Se você quiser fazer amor comigo tem que ser com preservativo.
Ele ficou irritado e disse:
- Não gosto muito de camisas, mas se tiver que ser...
E eu lhe respondi que sem isso era impossível...
O porco tirou o pênis para fora e disse: - chupa!
- Eu respondi que para isso, também tinha que ser com camisinha. Ele se afastou irritado. Ajeitou o banco para frente, ligou o carro, e fomos ao seu apartamento. Ao chegar, fui direta ao assunto; Agi como profissional; coloquei o preservativo e fiz o que tinha de ser; sexo oral até ficar ereto e
em seguida vaginal. Fiquei um pouco em cima e depois pedi para que ele mudasse de posição; aquela que quase nunca falha em um homem, até os mais duros na queda; de quatro ou a “canzana” (como dizem os portugueses). Assim era a melhor forma de me livrar mais rápido daquele desespero. Menos mal que o tipo gozou em dez minutos. Que alívio!
Saímos em silêncio, e em silêncio permanecemos. Até que chegamos em frente a minha casa, resolvi falar;
- Não sou puta, mas não sou diferente delas. A única diferença é que elas cobram adiantado, e eu, nem sequer te cobrei, porque você disse que ia me ajudar e isso todos falam... Não te pedi nada, nem quero que você me faça promessas que não vá cumprir! Preciso de dinheiro, como você já sabe. Mas não te peço nada. Se você quiser me ajudar, aceito, porque infelizmente estou necessitada. Mas, não quero esmolas de ninguém!
Ele abriu a carteira e me deu 45 euros. Veio com a velha desculpa de que não tinha mais e que na manhã seguinte me ligaria para me dar mais... Infelizmente, tive que aceitar, porque, além de estar dura, me lembrei de que no Brasil, já dava para alguma coisa, certo?!
É melhor os 45 euros no meu bolso, do que no dele.
Não acham “(risos)?

Denise, carioca, 32 anos

Tem dois filhos no Brasil. Vive em Portugal há cinco anos e trabalha no Porto em um bar de alterne. No momento, a sua maior vontade e regressar ao Brasil e ser feliz ao lado dos seus filhotes.